Atividade Física no Calor: Regulação Térmica e Hidratação Documento Suplementar de Apoio ao Consenso, Cidade do México, Fevereiro 1999 Este documento não pretende esgotar uma revisão científica , mas ser principalmente um recurso de informação prática. Ele é baseado numa revisão atualizada e completa da literatura científica. O principal objetivo é oferecer informações claras e recomendações práticas que são relevantes para a população Latina Americana. O leitor mais curioso pode se dirigir a mais recentes e excelentes revisões neste tópico 3,4,35,55,89 Introdução. A atividade física, estruturada ou não, está se tornando um hábito de vida muito importante. Hoje, tem sido amplamente aceito que a inatividade física é um fator de risco para doenças crônicas e uma ameaça para a qualidade de vida12,24,65. Milhões de pessoas de todo o mundo se exercitam regularmente para melhorar a sua saúde, e outras milhões participam de esportes organizados. Na América Latina, muito desta atividade física é realizada em condições de calor e umidade, impondo desafios particulares para o organismo humano. Pessoas que se exercitam no calor se confrontam com potenciais problemas, tais como insolação e desempenho prejudicado. Durante a atividade física, os músculos produzem grandes quantidades de calor que deve ser dissipado para o ambiente, ou então irá ocorrer um aumento da temperatura central (interna). Como a produção de calor pelos músculos é proporcional a taxa de trabalho, o exercício de alta intensidade e de curta duração (como corridas de 5-10 km ), e atividades prolongadas de baixa intensidade (como maratonas) apresentam um maior risco. Também apresentam riscos particulares, os jogadores em partidas como o futebol, que fazem muitas corridas curtas e repetidas por um longo período. A sudorese é uma resposta fisiológica que se empenha a limitar o aumento da temperatura central através da secreção de água na pele para a evaporação, mas esta perda de líquido nem sempre é compensada pela ingestão de fluídos, e a regulação da temperatura, o desempenho e a saúde irão possivelmente ser prejudicadas. Então, os desafios são basicamente dois: dissipar eficientemente o excesso de calor para o ambiente, e evitar alcançar um estado de hipohidratação (baixo nível de fluido corporal). Conseqüências do estresse ao calor e da desidratação. A combinação da atividade física e do estresse do calor impõe um desafio significativo para o sistema cardiovascular. Sempre que fluídos são perdidos através do suor mais rapidamente do que são repostos, a pessoa está num processo de desidratação. A hipohidratação modifica muitas variáveis fisiológicas durante o exercício. A conseqüência direta da hipohidratação combinada com o estresse do calor é um desempenho físico prejudicado, como um resultado da inabilidade do sistema cardiovascular de manter o mesmo débito cardíaco 31. Esta queda é uma conseqüência da redução do volume de ejeção, devido a redução do volume sangüíneo e do volume ventricular diastólico para um nível no qual não pode ser compensado pelo aumento da freqüência cardíaca 18. Existe também uma relação linear entre o grau de hipohidratação e a temperatura corporal central, isto porque a hipohidratação prejudica a função de regulação térmica, fazendo com que o exercício no calor fique ainda mais difícil 19. 2 A hipohidratação tem um impacto progressivamente negativo no desempenho ao exercício, mesmo em níveis tão baixos como 1% 3,20, 2% 7 ou 3% 83 do peso corporal. Parece que o estresse ao calor ambiental não só tem um papel importante per se 84, mas também tem um efeito potenciador na redução da potência aeróbica máxima causada pela hipohidratação. O tempo para a fadiga em intensidade sub-máximas também fica mais curto quando o exercício é realizado no calor. Esforços aeróbicos prolongados são mais propensos a serem influenciados negativamente pela hipohidratação do que atividades anaeróbicas de curta duração 7. Existem poucos estudos sobre os efeitos da hipohidratação na potência anaeróbica, força muscular, velocidade, coordenação, e agilidade, e seus resultados são inconclusivos. O efeito negativo da hipohidratação na função termoregulatória aumenta o risco de exaustão e choque térmico, dois problemas relacionados ao calor 4,34,41. O choque térmico é uma condição séria com risco de vida 16, e por isto deve ser tratada imediatamente por equipe médica, cujo principal objetivo será diminuir a temperatura central 69,91. As complicações da função renal também têm sido associadas com a hipohidratação e altas temperaturas corporais durante o exercício no calor 44,45,86,91,95,97,100. Finalmente, um problema muito comum são as chamadas cãibras pelo calor, ou "cãibras musculares associadas ao exercício" (CMAE) 46,50,96. Estas contrações espasmódicas involuntárias e dolorosas da musculatura esqueléticas que ocorrem durante ou imediatamente após o exercício muscular" 87, são comumente associadas com uma sudorese profusa durante o exercício no calor, mas a evidência científica apoiando esta hipótese de uma relação direta entre a hipohidratação e CMAE é muito limitada. Este tópico merece mais investigação. Efeito do ambiente na regulação térmica. Como mencionado acima, a produção de calor corporal durante o exercício é uma função da intensidade do exercício. A dissipação do calor vai depender da transferência do calor central do corpo para a pele, das vestimentas, e do estresse do calor ambiental. Este estresse ambiental imposto ao indivíduo é uma função da temperatura do ar, velocidade do vento, umidade relativa, e da radiação solar. Uma medida prática que combina o estresse do calor ambiental é o índice de Temperatura de Globo e Bulbo Úmido (WBGT, de Wet Bulb-Globe Temperature) 26,105. O Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM) tem estabelecido diretrizes para corredores de longa distância vestindo short, camisetas, e tênis, e, termos de risco de doenças pelo calor: se o WBGT estiver acima de 28o C existe um risco muito alto; quando o WBGT estiver entre 23 e 28o C o risco é alto. O WBGT índice de 18-23oC indica um risco moderado, e se WBGT < 18o C, o risco é baixo 4. O risco de choque térmico é também sempre maior quando o WBGT estiver extraordinariamente alto, em relação ao clima normal onde as pessoas têm se exercitado. Um grande número de países da América Latina está localizado na região tropical. Enquanto que a altitude pode fazer uma diferença considerável, (por exemplo a Cidade do México e Bogotá são cidade mais frias), os trópicos são característico por uma temperatura alta e úmida relativamente constante na maior parte do ano. Valores de WBGT acima de 28°C não são raros, especialmente ao nível do mar. Existe uma evidência preliminar que indica que os habitantes das regiões tropicais têm uma maior tolerância para ambientes com estresse pelo calor, possivelmente devido ao seus níveis de aclimatização crônica ao calor 78,80. Contudo, até que mais dados sejam publicados em relação a tolerância ao estresse térmico de pessoas cronicamente aclimatizadas ao calor, as recomendações do ACSM devem ser seguidas. A aclimatização ao calor é um conjunto de adaptações fisiológicas que permite ao indivíduo suportar um maior estresse ao calor ambiental. Elas incluem um aumento da capacidade de 3 sudorese, um suor mais diluído, e habilidade aumentada de sustentar uma taxa de sudorese alta durante exercícios prolongados 54,88. Todas estas adaptações ajudam a minimizar o acúmulo de calor, permitindo um tempo de performance mais prolongado e uma diminuição do risco para as doenças provocadas pelo calor. Como os indivíduos aclimatizados têm uma maior taxa de sudorese, eles necessitam prestar mais atenção na hidratação. A aclimatização ao calor é um resultado normal de exposição regular a atividade física no calor. Quando atletas ou pessoas fisicamente ativas se mudam ou viajam para uma região mais quente, a aclimatização pode ser induzida por uma exposição progressiva ao calor. No início do processo de aclimatização, a duração e intensidade das sessões de exercício devem ser menores do que o usual. A duração e intensidade devem ser aumentadas gradualmente a cada dia a medida que a tolerância ao calor melhora. Adaptações significativas ocorrem dentro dos primeiros 7-14 dias de exposição ao calor 54. Enquanto a exposição ao calor durante o exercício é muito importante para aclimatização, também é verdade que um maior desempenho aeróbico per se possibilita o indivíduo a ter uma melhor dissipação da carga termal do exercício, principalmente devido a uma expansão do volume sangüíneo e melhora da capacidade para a sudorese 63. A quantidade e qualidade do exercício necessário para melhorar o desempenho aeróbico é maior do que aquele que é recomendado para os benefícios relacionados a saúde. A freqüência deve ser entre 3 e 5 dias por semana, com uma duração da sessão de 20 a 60 minutos, numa intensidade de exercício de 55/65% a 90% da freqüência cardíaca máxima 6. Todos os indivíduos, aclimatizados ou não, precisam prestar atenção para as condições climáticas e fazer ajustes apropriados sempre que o estresse do calor ambiental for extraordinariamente alto. Sessões mais curtas e leves de aquecimento antes do treinamento e da competição irão prevenir um aumento desnecessário da temperatura central. A estratégia de competição ou treinamento deve acomodar sessões de intensidade e duração menores, junto com paradas mais freqüentes, para reduzir a produção de calor. Procurar áreas mais frescas com sombra e vento para as sessões de aquecimento, repousos, e períodos de recuperação ou descansos é quase sempre possível; isto ajuda a manter a temperatura corporal mais baixa e prevenir a desidratação. Ao contrário das recomendações acima, é comum na América Latina ver indivíduos que se exercitam vestindo roupas de borracha ou acessórios para promover a sudorese, pensando que isto vai resultar em perda de gordura. Roupas emborrachadas criam um microambiente ao redor do indivíduo onde a umidade é muito alta e a evaporação do suor fica virtualmente impossível, limitando severamente a dissipação do calor. A temperatura corporal central aumenta rapidamente, uma sudorese profusa leva rapidamente à desidratação, resultando na fatiga. Este procedimento não é só inútil para favorecer a perda de gordura, como é também uma ameaça à termorregulação e causa problemas de saúde. Enquanto que é claro que os indivíduos podem se adaptar aos desafios fisiológicos da atividade física e ao estresse do calor aumentando progressivamente o seu nível de atividade e a exposição ao calor, não existe evidência que mostra que é possível se adaptar a hipohidratação. De fato, a hipohidratação compromete as vantagens da aclimatização. Exercitando-se sem beber pode parecer muy macho e fortalecer a vontade de continuar se exercitando, mas prejudica o organismo seriamente. 4 O hidratação processo. Um nível adequado de hidratação só é mantido em pessoas fisicamente ativas se eles beberem líquidos suficientes antes, durante, e após a atividade física. A habilidade de balancear as perdas com o consumo de fluídos é limitado pela frequencia da ingestão de líquidos, pelo esvaziamento gástrico, e pela absorção intestinal. Sob condições de calor e umidade, as taxas de suor podem facilmente exceder estes limites 67. Nas últimas décadas sabe-se que quando as pessoas se exercitam e suam, elas não repõem voluntariamente todo o fluído perdido através do suor 72,81,94, mesmo quando os fluídos são amplamente disponíveis. Chama-se a isto desidratação voluntária, e ela ocorre em crianças não aclimatizadas 10,11,80,102, e em adultos 14,33,81. A ingestão espontânea de fluído é influenciada por uma variedade de informações sensoriais como o odor, gosto, temperatura, cor, e qualidade subjetiva. Apenas poucos destes fatores têm sido estudado sistematicamente, os principais têm sido a temperatura e o sabor do líquido. Estudos com diferentes fluidos mostram que a ingestão voluntária de fluído é máxima quando os líquidos estão refrigerados, ou seja, a temperatura varia entre 15 e 20°C 3,13,98. Líquidos com sabores leves são mais preferidos do que água pura, mas o sabor forte e natural como o da cerveja, leite, e bebidas carbonadas não são muito aceitáveis durante exercício 38. O consumo voluntário de bebidas esportivas (popularmente conhecidas como isotônicos) bem formuladas é maior do que água pura, em parte devido a palatabilidade das bebidas esportivas 37,98,102. A temperatura da bebida, doçura, sabor e intensidade do gosto na boca, acidez, e ressaibo são todas as características que influenciam a palatabilidade e por isto estimulam ou desetimulam o consumo de fluídos durante a atividade física. Uma série de estudos com meninos se exercitando no calor tem mostrado que o consumo voluntário de bebidas com sabor foi maior para mantê-los bem hidratados, mesmo quando as taxas de suor foram altas 78,102,103. Uma vez que o fluído é ingerido, ele deve primeiro ser esvaziado do estômago. O esvaziamento gástrico depende de muitos fatores. A natureza exponencial da curva de esvaziamento indica a importância crucial do volume do conteúdo do estômago em controlar a taxa de esvaziamento: a medida que o fluído é esvaziado e o volume do estômago cai, então a taxa de esvaziamento é diminuída. Mantendo um grande volume de fluído no estômago irá promover o esvaziamento 66,75, apesar de que a presença de grandes volumes no estômago não é bem tolerada por todos os indivíduos e não é a preferência de muitos jogadores de futebol. Esta tolerância está sujeita ao treinamento, permitindo ao indivíduo manejar volumes maiores após tentativas repetidas. As bebidas com maior conteúdo energético tem um esvaziamento gástrico mais lento. Este padrão é o mesmo durante o exercício daquele que é observado no repouso 39,40,59,62,68,101. O efeito negativo do alto conteúdo energético da bebida no esvaziamento gástrico é muito maior do que o efeito da osmolaridade alta da bebida. O exercício de alta intensidade irá diminuir a velocidade ou mesmo parar o esvaziamento gástrico, mas o exercício de intensidades de certa de 70 a 75% de VO2max tem pouco ou nenhum efeito na taxa de esvaziamento gástrico 36,48,59,71,74. A hipohidratação severa combinada com a hipertermia e exercício intenso diminui o esvaziamento gástrico e aumenta o risco de desconforto gastrointestinal 73,82. O terceiro fator limitante durante a hidratação é a absorção intestinal de fluídos. Os dois principais fatores que determinam o transporte final de água no duodeno são a osmolaridade e o fluxo de soluto 28,29,90. Soluções marcadamente hipertônicas em relação ao plasma causam menos absorção de água e mais secreção, enquanto que soluções hipotônicas promovem uma tendência para a 5 absorção de água . A adição de carboidrato para uma solução de reidratação pode aumentar a absorção intestinal de água 29,60,75,90. O uso de bebidas contendo substratos múltiplos (carboidratos) estimula os diferentes mecanismos de absorção do soluto, resultando numa maior absorção de água, do que bebidas com apenas um substrato 90. A quantidade apropriada e o tipo de carboidrato podem influenciar dramaticamente a absorção de fluído e eletrólito no intestino delgado, mesmo em bebidas levemente hipertônicas. Uma hidratação adequada antes da atividade física é essencial para preservar todas as funções fisiológicas. Um déficit de fluídos antes do exercício pode potencialmente comprometer a regulação térmica, e produzir um maior esforço cardiovascular durante uma sessão de exercício 3,8,64,83. A ingestão de 250 a 600 ml de fluídos pelo menos duas horas antes do exercício ira ajudar a assegurar o início com um grau de hidratação apropriada, além de permitir tempo para qualquer excesso de fluído ser liberado pela urina. Não existe evidência suficiente para apoiar a hiperhidratação antes do exercício como um meio para melhorar o desempenho ao exercício 49,77. A hiperhidratação é difícil de atingir porque a expansão do volume plasmático resulta em hipotonicidade e aumenta a diurese. Existe uma forte possibilidade que os protocolos de hiperhidração simplesmente permitem que os indivíduos que estão cronicamente desidratados alcancem um grau pleno de hidratação, um procedimento claramente sem respostas fisiológicas positivas e sem significado para indivíduos bem hidratados, porém muito importante na América Latina onde as influências culturais podem promover uma hipohidratação crônica. Durante a atividade física, o objetivo da ingestão de fluído deve ser de balancear o fluído perdido através do suor ou, quando as taxas de suor são muito altas, repor o quanto de fluído for possível. Isto é alcançado bebendo pequenos volumes (125 a 500 ml de fluído) regularmente, a cada 15 minutos. A quantidade e freqüência necessária deve ser ajustada de acordo com as taxas de suor individual e a tolerância a ingestão de fluído. A perda de fluído durante uma sessão de exercício pode ser estimada pesando a pessoa seca e nua antes e após o exercício: aproximadamente 100 ml de suor são perdido para cada 100 g de peso perdido. A restauração da água e o equilíbrio eletrolítico são essenciais para o processo de recuperação após o exercício que resulta em perdas pelo suor. Uma reidratação adequada após uma sessão de exercício significa entrar bem hidratado para a próxima sessão de exercício. Devido a produção continua de urina, os indivíduos que ficam em balanço negativo de fluído durante o período de recuperação, a não ser que o volume ingerido exceda o perdido. Quando a concentração de sódio do fluído ingerido é variada (0, 25, 50 ou 100 mmol/L) e o fluído é ingerido em volume igual ou 1.5 vezes a perda pelo suor, a diurese é inversamente proporcional a concentração de sódio do fluído ingerido. Para uma reidratação efetiva, as bebidas e a comidas devem repor os eletrólitos perdidos no suor assim como o volume perdido: isto significa que a ingestão de sódio deve ser moderadamente alta (talvez 50-60 mmol Na+ por litro), e deve também conter algum potássio. Para equilibrar esta necessidade com a palatabilidade da bebida, algum sódio deve ser ingerido na forma de comida. Para superar as perdas contínuas e obrigatórias pela urina, o volume consumido deve ser maior (em pelo menos 50%) ao volume das perdas pelo suor 51,52,53,68,92,93. Utilização de bebidas esportivas. A água é um fluído amplamente disponível para a hidratação. Enquanto que a ingestão de água pode ajudar a acabar muitos problemas da desidratação, pesquisas realizadas nas últimas cinco décadas têm confirmado repetidamente que pessoas fisicamente ativas podem se beneficiar da ingestão de uma mistura apropriada de fluído com carboidrato e eletrólitos. Os benefícios são 6 proporcionais a necessidade de fluído, energia, e minerais de cada indivíduo. A eficácia fisiológica requer que a bebida seja formulada para evitar (ou pelo menos minimizar) as limitações impostas pela ingestão voluntária, esvaziamento gástrico e absorção intestinal, ao mesmo tempo fornecendo fluído, carboidrato, e eletrólitos em quantidades e freqüências conhecidas em provocar respostas fisiológicas e de desempenho positivas 3,17,30,32,47,60,85. A quantidade e os tipos certos de carboidrato são determinantes importantes para a eficácia de bebidas desportivas. Além de fornecer o nível de doçura que melhora a palatabilidade, o carboidrato exerce um número de outros importantes papeis. A quantidade e o tipo apropriado de carboidrato têm um efeito mínimo no esvaziamento gástrico e ainda estimula dramaticamente a absorção de líquido e eletrólitos no intestino delgado, como mencionado acima. A glicose oferecida pelas bebidas esportivas é captada pela fibras musculares ativas, ajudando a manter uma alta a taxa de oxidação de carboidrato, na qual pode melhorar a performance ao exercício. As bebidas esportivas devem conter uma mistura de carboidratos (por exemplo, uma combinação de sacarose, glicose, e frutose) em uma concentração de aproximadamente 60-70 g/L61. Os eletrólitos exercem um papel chave na manutenção da ingestão de líquidos, e promovem a reidratação. A ingestão de líquido durante a atividade física pode ser mantida através da ingestão de pequenas quantidades de cloreto de sódio. A absorção do sal na corrente sangüínea previne a queda muito rápida da osmolaridade plasmática para níveis abaixo do limiar da sede, ajudando a preservar o estímulo de beber. Após a atividade física, a reidratação rápida e completa requer a reposição de sódio e cloro que foi perdido no suor. Por estas razões, as bebidas esportivas devem conter pelo menos 100-mg de sódio por 250 ml. Até agora, não existe qualquer evidência científica convincente que apoie a inclusão de outros ingredientes em bebidas esportivas. O glicerol, a cafeína, certos amino ácidos, e inúmeros metabólicos (e.g., piruvato, lactato, etc.), e várias vitaminas e minerais têm sido sugeridas como possíveis ingredientes de bebidas esportivas. Apesar de existir alguns relatórios publicados dos propostos benefícios, não existe qualquer concordância científica que tais inclusões iriam melhorar a eficácia das bebidas esportivas. Grupos de populações especiais. As recomendações de exercício e hidratação para atividade física no calor são geralmente direcionadas para adultos ativos. Se as recomendações são aplicáveis para crianças saudáveis, idosos e gestantes é uma questão importante, já que estes grupos podem se exercitar tanto quanto os adultos, e eles representam um grande segmento da população na América Latina. Pessoas com doenças crônicas comuns como hipertensão, diabete mellitus ou doença coronariana podem se beneficiar de uma atividade física regular, mas devido a natureza da doença, também precisam de uma consideração especial. Profissionais da saúde devem ser estimulados a estudar a literatura científica sobre o exercício em populações especiais, abaixo citadas. As potenciais desvantagens da regulação térmica em crianças são a menor taxa de sudorese por área de superfície corporal e por glândula sudorípara, e um maior aumento da temperatura central a medida que elas se desidratam 9. Apesar da mais baixa taxa e sudorese, as crianças podem se desidratar tanto quanto os adultos. Quando bebidas esportivas e com sabor estão disponíveis durante ou após o exercício prolongado, a ingestão voluntária das crianças é maior 58,78,102, apesar disto, a evidência preliminar sugere que isto pode não ser verdade para meninas aclimatizadas ao calor 79. Os treinadores e pais devem ter a responsabilidade de assegurar oportunidade adequadas de ingestão e líquidos, manter disponíveis líquido saborosos, e encorajar a beber antes, durante e após o exercício. Cerca de 1.8 ml·kg-1 a cada 15 minutos é suficiente para manter uma criança saudável 7 bem hidratada durante exercício de moderada intensidade no calor 57. Um maior ingestão deve ser considerada para crianças aclimatizadas, e aquelas que moram nos trópicos que poderiam estar cronicamente desidratadas. Muito da intolerância ao calor de idosos é devido a sua vida sedentária, a qual prejudica o seu desempenho aeróbico e aclimatização 42. Independente do estilo de vida, foi mostrado que a diminuição do fluxo sangüíneo para a pele e a produção de suor são mudanças inevitáveis da idade43. Quando orientados sobre o exercício no calor, nós devemos considerar a sua saúde (incluindo o uso de medicações), níveis de condicionamento e de aclimatização. Como a percepção da sede em idosos é relativamente menor para uma determinado grau de hipohidratação 56, devemos estimulá-los a beber mesmo que eles não sintam sede. As preocupações de regulação térmica sobre o exercício durante a gestação estão relacionadas as respostas maternas e fetais 15. A temperatura fetal é cerca de 0.5°C maior do que aquela da mãe no repouso, então existe um maior risco para a hipertermia do bebê durante o exercício. A hipertermia pode prejudicar a formação e o crescimento do feto. Após liberação médica e recomendações específicas como exercícios aquáticos, a gestante deve evitar a hipohidratação e o exercício em condições de muito calor, para manter a temperatura corporal central abaixo de 38.5°C 104. A reposição de líquido pode incluir carboidrato, já que a hipoglicemia é outra preocupação que vai afetar o crescimento do bebê e o conforto da mãe. Então, crianças, idosos, e gestantes necessitam de cuidado extra para prevenir a hipertermia e a desidratação. Os procedimentos de hidratação seguem os mesmos princípios básicos que aqueles para os adultos em geral. Não existe qualquer razão clínica ou fisiológica para contra-indicar a utilização de uma bebida esportiva usual nestes grupos, desde que a composição não represente uma sobrecarga para o organismo (100 ml de uma típica bebida esportiva tem em média 6 g de carboidrato, 46 mg de Na+, e 13 mg de K+. Isto representa cerca da metade da concentração de carboidrato de muitos refrigerantes e sucos de frutas, e aproximadamente a mesma quantidade de Na+ em 100 ml de leite). Como as bebidas esportivas estão claramente rotuladas em relação a sua composição, as quantidades podem ser facilmente incluídas na avaliação nutricional dos indivíduos. Estudos futuros podem indicar se existe uma fórmula ótima de bebida para cada grupo em particular. A hipertensão e diabete mellitus são duas doenças crônicas comuns que apresentam alta morbidade e mortalidade no mundo. Após procurar conselho médico, o tratamento inicial destas doenças geralmente incluem manejo nutricional e várias modificações de estilo de vida, como o aumento da atividade física regular 1,23,25,76. Basicamente, as mesmas recomendações para os adultos em geral são aplicados para os pacientes hipertensos e diabéticos sem complicações, com apenas alguns cuidados específicos. Ë comum ter pacientes hipertensos e diabéticos liberados pelo médico para a prática de exercício. Os médicos e nutricionistas devem estar familiarizados com o presente documento e outras publicações relevantes 2,5, e devem considerar o suprimento de carboidrato e sódio em bebidas esportivas quando avaliarem a dieta de seus pacientes. Indivíduos com diabete não devem fazer exercício em temperaturas extremas devido aos potenciais problemas com a regulação térmica relacionadas as neuropatias autonômicas 22,27. As respostas de regulação térmica que inclui a sudorese, são freqüentemente anormais com diferentes zonas de anidrose 22, e a tolerância ao exercício está prejudicada. Se o conteúdo de carboidrato estiver cuidadosamente equilibrado com uma dieta normal, as bebidas esportivas podem ser consumidas pelos indivíduos com diabete para ajudar a manter os níveis de glicose sangüínea durante o exercício –então prevenindo a hipoglicemia induzida pelo exercício - e manter-se bem hidratado. 8 As bebidas esportivas têm um alto índice glicêmico, mas elas normalmente não causam ou contribuem para a hiperglicemia durante o exercício99. As necessidades individuais devem ser determinadas com a ajuda de um nutricionista ou médico. Indivíduos hipertensos que usam β-bloqueadores podem experimentar comprometimento na dissipação do calor devido a redução do fluxo sangüíneo para a pele, e também com uma resposta acelerada da taxa de suor, podendo prejudicar a desidratação. A reposição de fluído fica ainda mais importante sob estas circunstâncias21. No mais, a terapia com diuréticos pode produzir hipocalemia e desidratação, mas a ingestão adequada de fluído e a suplementaçao de potássio, pode evitar os prejuízos durante o exercício70. Os indivíduos hipertensos que estão em dietas com restrição de sódio devem incluir o sódio proveniente das bebidas esportivas nos seus cálculos de ingestão total de sódio. Conclusão. A evidência científica mostra que o exercício regular traz muitos benefícios para a saúde, mas condições de calor e umidade impõem um grande desafio para a habilidade do realizar atividade física. O desempenho ao exercício será reduzido significativamente, e o risco da desidratação e doença relacionada ao calor também será aumentada. Como condições de alto estresse ao calor que predominam muito na América Latina, algumas importantes estratégias são necessárias para minimizar o impacto destas condições em pessoas fisicamente ativas e em atletas. Estas estratégias estão claramente sumarizadas do consenso anexado a este documento. Existe uma necessidade para mais pesquisa na área de atividade física no calor. As seguintes necessidades específicas têm sido identificadas para a América Latina: 1. Qual e a incidência de doenças relacionadas ao calor durante a participação de esportes na América Latina? Quais são os limites seguros de WBGT para a atividade física prolongada em pessoas cronicamente aclimatizadas ao calor? 2. Quais são os fatores de risco associados a cãibra muscular do exercício? É possível reduzir a incidência de cãibras através da manutenção da hidratação? 3. Os protocolos para atingir a hiperhidratação são realmente eficientes, ou simplesmente possibilitam os indivíduos a superar a hipohidratação crônica? Quais são os benefícios fisiológicos e de desempenho ou os efeitos colaterais de hiperhidratar os atletas antes do exercício? 4. Na área das características sensoriais de bebidas, existe uma necessidade para a de análise multidimensional, em que podem ser consideradas a importância relativa de diferentes elementos, e também as manipulações de dose-resposta. 5. Se existe uma mudança nas preferencias perceptuais (e.g., palatabilidade) durante o exercício relacionadas ao nível de hipohidratação, fadiga geral, ou fadiga sensória? 6. Além da ingestão voluntária de fluído, existe a necessidade de examinar mais profundamente as questões sobre os hábitos e o estímulo para beber e continuar bebendo algo que é saboroso tanto sob perspectivas de curto e de longo prazo? 7. Existe uma relação entre a ingestão de fluídos e a dor abdominal transitória relacionada ao exercício (cólicas)? 9 8. Existe uma fórmula ótima de bebidas esportivas específicas para crianças, idosos, gestantes, ou pessoas com doenças crônicas? 9. Quais são as vantagens ou desvantagens da ingestão de bebidas esportivas durante a atividade física em pessoas diabéticas ou hipertensas? 10. Existe um efeito negativo da hipohidratação no desempenho motor, medido por testes de velocidade, coordenação, tempo de reação, acuidade, e agilidade? Este efeito existe independente do efeito do calor? Aragón-Vargas L.F., Consensus Committee Chairman and document editor Gatorade Sports Science Institute and Universidad de Costa Rica, San José, Costa Rica. Arroyo F., SportMed, Guadalajara, México. de Barros T.L., CEMAFE, Sao Paulo, Brasil. García P.R., Instituto Nacional de Deportes, Caracas, Venezuela. Javornik R., Valle Arriba Athletic Center, Caracas, Venezuela. Lentini N., Fisiomed, Buenos Aires, Argentina. Matsudo V.K.R., CELAFISCS, Sao Paulo, Brasil. Maughan R.J., University of Aberdeen, Escocia. Meyer F., Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil. Murray R., Gatorade Exercício Physiology Laboratory, Chicago, U.S.A. Rivera-Brown A., Centro de Salud Deportiva y Ciencias del Ejercicio, Salinas, Puerto Rico. Salazar W., Universidad de Costa Rica, San José, Costa Rica. Sarmiento J.M., Universidad El Bosque, Bogotá, Colombia. Endereço para correspondência: Luis F. Aragón V., Ph.D.// Gatorade Sports Science Institute// P.O. Box 686-2350, San José// Costa Rica // e-mail: laragon@cariari.ucr.ac.cr Apêndice. O índice da Temperatura do Globo e Bulbo Úmido. Este índice combina as medidas de temperatura do ar (Tdb), umidade (Twb) e radiação solar (Tg), de acordo com a equação de Yaglou & Minard105 modificada pelo ACSM4: WBGT= 0.7 Twb + 0.2 Tg + 0.1 Tdb Como este índice utiliza as temperaturas do bulbo úmido não ventiladas e a temperatura do globo preto, ou seja, o único movimento de ar ao redor dos termômetros é devido as condições naturais e da velocidade do vento, este índice também inclui uma medida indireta do resfriamento do vento. Quando a temperatura do globo preto não é disponível, o WBGT pode ser calculado de acordo com Gagge & Nishi: WBGT = (0.567 Tdb) + (0.288 Pa) + 3.38, onde Pa é a pressão do vapor de água em Torr 26. Referências 1. The sixth report of the joint national committee on prevention, detection, evaluation and treatment of high blood pressure. (1997). Arch Int Med, 157, 2413-2446. 2. American College of Sports Medicine. (1993). Position Stand: Physical activity, physical fitness, and hypertension. Med Sci Sports Exerc, 25(10), i-x. 3. American College of Sports Medicine. (1996). ACSM Position Stand on Exercise and Fluid Replacement. Med Sci Sports Exerc, 28(1), i-vii. 4. American College of Sports Medicine. (1996). Position Stand: Heat and cold illnesses during distance running. Med Sci Sports Exerc, 28(12), i-x. 5. American College of Sports Medicine. (1997). ACSM and American Diabetes Association Joint Position Statement on Diabetes Mellitus and Exercise. 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