- 1 - - 2 - - 3 - - 4 - Comitê Científico - Alexa Cultural Presidente Yvone Dias Avelino (PUC/SP) Vice-presidente Pedro Paulo Abreu Funari (UNICAMP) Membros Alfredo González-Ruibal (Universidade Complutense de Madrid/Espanha) Ana Paula Nunes Chaves (UDESC – Florianópolis/SC) Barbara M. Arisi (UNILA – Foz do Iguaçu/PR) Benedicto Anselmo Domingos Vitoriano (Anhanguera – Osasco/SP) Carmen Sylvia de Alvarenga Junqueira (PUC/SP – São Paulo/SP) Claudio Carlan (UNIFAL – Alfenas/MG) Cristian Farias Martins (UFAM – Benjamin Constant/AM) Denia Roman Solano (Universidade da Costa Rica) Diana Sandra Tamburini (UNR – Rosário/Santa Fé – Argentina) Edgard de Assis Carvalho (PUC/SP – São Paulo/SP) Estevão Rafael Fernandes (UNIR – Porto Velho/RO) Fábia Barbosa Ribeiro (UNILAB – São Francisco do Conde/BA) Fabiano de Souza Gontijo (UFPA – Belém/PA) Gilson Rambelli (UFS – São Cristóvão/SE) Graziele Acçolini (UFGD – Dourados/MS) Heloisa Helena Corrêa (UFAM – Manaus/AM) José Geraldo Costa Grillo (UNIFESP – Guarulhos/SP) Juan Álvaro Echeverri Restrepo (UNAL – Letícia/Amazonas – Colômbia) Júlio Cesar Machado de Paula (UFF – Niterói/RJ) Karel Henricus Langermans (Anhanguera – Campo Limpo - São Paulo/SP) Kelly Ludkiewicz Alves (UFBA – Salvador/BA) Leandro Colling (UFBA – Salvador/BA) Lilian Marta Grisólio (UFG – Catalão/GO) Lucia Helena Vitalli Rangel (PUC/SP – São Paulo/SP) Luciane Soares da Silva (UENF – Campos de Goitacazes/RJ) Mabel M. Fernández (UNLPam – Santa Rosa/La Pampa – Argentina) Marilene Corrêa da Silva Freitas (UFAM – Manaus/AM) María Teresa Boschín (UNLu – Luján/Buenos Aires – Argentina) Marlon Borges Pestana (FURG – Universidade Federal do Rio Grande/RS) Michel Justamand (UFAM – Benjamin Constant/AM) Odenei de Souza Ribeiro (UFAM – Manaus/AM) Patricia Sposito Mechi (UNILA – Foz do Iguaçu/PR) Paulo Alves Junior (FMU – São Paulo/SP) Raquel dos Santos Funari (UNICAMP – Campinas/SP) Renata Senna Garrafoni (UFPR – Curitiba/PR) Rita de Cassia Andrade Martins (UFG – Jataí/GO) Thereza Cristina Cardoso Menezes (UFRRJ – Rio de Janeiro/RJ) Vanderlei Elias Neri (UNICSUL – São Paulo/SP) Vera Lúcia Vieira (PUC – São Paulo/SP) Wanderson Fabio Melo (UFF – Rio das Ostras/RJ) Conselho Editorial da Obra Ana Cristina Alves Balbino (UNIP – São Paulo/SP) Leandro Infantini (UAlg – Portugal) Patrícia Bayod Donatti (LAP/UNICAMP – Campinas) Patrícia Sposito Mechi (UNILA – Foz do Iguaçu/PR) Rita Juliana Poloni (UFPEL – Pelotas/RS) - 5 - Embu das Artes - SP 2020 Bader B. Sawaia Renan Albuquerque Flávia R. Busarello Gláucia T. Purin organizadores - 6 - UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS CONSELHO EDITORIAL Presidente Henrique dos Santos Pereira Membros Antônio Carlos Witkoski Domingos Sávio Nunes de Lima Edleno Silva de Moura Elizabeth Ferreira Cartaxo Spartaco Astolfi Filho Valeria Augusta Cerqueira Medeiros Weigel COMITÊ EDITORIAL DA EDUA Louis Marmoz Université de Versailles Antônio Cattani UFRGS Alfredo Bosi USP Arminda Mourão Botelho Ufam Spartacus Astolfi Ufam Boaventura Sousa Santos Universidade de Coimbra Bernard Emery Université Stendhal-Grenoble 3 Cesar Barreira UFC Conceição Almeira UFRN Edgard de Assis Carvalho PUC/SP Gabriel Conh USP Gerusa Ferreira PUC/SP José Vicente Tavares UFRGS José Paulo Netto UFRJ Paulo Emílio FGV/RJ Élide Rugai Bastos Unicamp Renan Freitas Pinto Ufam Renato Ortiz Unicamp Rosa Ester Rossini USP Renato Tribuzy Ufam Reitor Sylvio Mário Puga Ferreira Vice-Reitor Jacob Moysés Cohen Editor Sérgio Augusto Freire de Souza - 7 - Direitos autorais e democratização científica Este livro acompanha princípios do sistema Open Access Science, “Acesso Livre de Ciência” (ou “Acesso Aberto”), que atual- mente entende a necessidade de disponibilização e compartilha- mento livre de cópias gratuitas, também online, de textos cientí- ficos revistos por pares (peer-reviewed), bem como comunicações em conferências, livros-coletâneas, livros de autoria solo ou em grupo, bem como relatórios técnicos, teses e documentos de tra- balho. De modo que aumentar a visibilidade e o impacto de in- vestigações desenvolvidas por meio de uma maior acessibilidade, a partir de pressupostos do sistema OAS, é interesse óbvio das uni- versidades aqui implicadas, PUC-SP e Ufam, das suas respectivas unidades orgânicas (centros de investigação), PEPGPSICSO e PP- GCCom/FIC, bem como de docentes e discentes individualmente aqui participantes. Portanto, investigadores/as que publicam seus resul- tados no livro Afeto & Violência entendem e aceitam a permissão para que demais cientistas desenvolvam novas pesquisas a partir de suas bases de dados, com a devida citação da fonte. Autoras e autores integrantes do Afeto & Violência reafirmam que o corpus da literatura científica em acesso aberto não implica em custos ou compensações financeiras de qualquer espécie, tanto porque o saber democratizado é condição necessária a um sistema de co- municação científica que promova eficiência e progresso social e tecnológico. - 8 - C371t CRUZ T, S, A319t ALBUQUERQUE, R. B976f BUSSARELLO, F. R. S271b - SAWAIA, B. B. P375G - PURIN, Gláucia T. Afeto & violência: lugares de servidão e resistência, Bader B. Sawaia, Renan Albuquerque, Flávia R. Busarello e Gláucia T. Pu- rin (orgs.), Alexa Cultural: Embu das Artes/SP, EDUA: Manaus, AM, 2020 14x21cm - 340 páginas ISBN - 978-65-87643-45-8 1. Antropologia - 2. Psicologia Social - 3. Sociologia - 4. Com- portamento - I. Índice - II Bibliografia ‘ CDD - 300 Índices para catálogo sistemático: Psicologia Social Sociologia Antropologia Todos os direitos reservados e amparados pela Lei 5.988/73 e Lei 9.610 Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da editora e dos organizadores. Alexa Cultural Ltda Rua Henrique Franchini, 256 Embú das Artes/SP - CEP: 06844-140 alexa@alexacultural.com.br alexacultural@terra.com.br www.alexacultural.com.br www.alexaloja.com Editora da Universidade Federal do Amazonas Avenida Gal. Rodrigo Otávio Jordão Ramos, n. 6200 - Coroado I, Manaus/AM Campus Universitário Senador Arthur Virgilio Filho, Centro de Convivência – Setor Norte Fone: (92) 3305-4291 e 3305-4290 E-mail: ufam.editora@gmail.com © by Alexa Cultural Direção Yuri Amaro Langermans Nathasha Amaro Langermans Editor Karel Langermans Capa K Langer Revisão Técnica Michel Justamend e Renan Albuquerque Editoração Eletrônica Alexa Cultural Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) - 9 - Relações Institucionais e Internacionalização A coletânea é produto do vínculo interinstitucional de pesquisa do Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PEPGPSO/ PUC-SP) junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da Universidade Federal do Amazonas (PPGCCom/ UFAM). As coordenações dos PPGs conciliaram investigações a partir do Núcleo de Pesquisa Dialética Exclusão/Inclusão Social (NEXIN), situado na PUC-SP e registrado no diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq sob a coordenação da Profa. Dra. Bader B. Sawaia, e do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Ambientes Amazônicos (NEPAM), situado na UFAM e liderado pelo Prof. Dr. Renan Albuquerque. O conjunto de textos reflete as parcerias acadêmicas nacionais e internacionais destes dois núcleos de pesquisa. Dessa forma, apresenta estudos realizados por pesquisadores e docentes de universidades de diferentes regiões do Brasil: PUC-SP, UFAM, Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP), Universidade Santo Amaro (UNISA), Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES), Universidade Presbiteriana Mackenzie (Mackenzie), Faculdades Integradas de Guarulhos (FIG) com as quais o NEXIN mantém vínculo institucional de pesquisa, visando: i) fortalecer processos de revisão e criação teórico/metodológica no campo dos saberes e práticas em psicologia social; ii) realizar pesquisas interinstitucionais envolvendo diversos territórios no Brasil e América Latina e iii) formar parcerias potentes e comprometidas com a superação das injustiças e desigualdades sociais para configurar uma rede interinstitucional de pesquisa. Outras parcerias internacionais se fazem presente, por meio dos estágios de doutorandas com a Universidade de Lisboa/PORT e Universidad de Salamanca/ESP, para aprofundar estudos sobre a - 10 - obra de Spinoza com a filósofa e professora da Universidade de Lisboa, Dra. Maria Luisa Ribeiro, com o filósofo e professor da Universidad de Salamanca, Dr. Luciano Espinosa Rubio, e com a Universidade Coimbra/PORT, por meio do Centro de Estudos Sociais. No momento, também possui parceria de pesquisa com professores de Psicologia da Universidad de Costa Rica (UCR) para aprofundar a categoria sofrimento ético-político em comunidades tradicionais. A parceria com a Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e a faculdade de Psicologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI) é expressa a partir da autoria da Dra. Lavínia Lopes Salomão Magiolino e da Dra. Eugênia Bridget Gadelha, das respectivas instituições, na escrita da orelha e contra- capa do livro. A coletânea conta ainda com o apoio do Coletivo Garoa, o qual desenvolve trabalhos em escolas públicas, grupos autôno- mos e outros espaços públicos realizando atividades artísticas e estéticas, mediante a participação da nexiana Dra. Kelly Cristina Fernandes, e ainda do Núcleo São Paulo da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO), onde se realizam eventos científi- cos estaduais e locais, cursos de curta duração e outras atividades, na qual participam duas nexianas, Dra. Gláucia T. Purin e a douto- randa Cinara B. de Oliveira. As pesquisas aqui relatadas recebem ou receberam fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), via Programa Institucional de Bolsas de Doutorado Sanduíche no Exterior (CAPES/PDSE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e do Plano de Incentivo à Pesquisa (PIPEq/ PUCSP). . - 147 - Capítulo 7 Lo ético-político y el daño psicosocial en las luchas comunitarias de Costa Rica María Andrea Araya Carvajal Helga Arroyo Araya Dylanna Rodríguez Muñoz Introducción Desde el año 2018 venimos realizando un esfuerzo colec- tivo de profundizar en reflexiones teórico-conceptuales sobre las manifestaciones de daño psicosocial y los procesos de sufrimien- to ético-políticos producidos por el capitalismo neoliberal en las poblaciones más vulnerabilizadas1. Nos interesa explorar no sólo las afectaciones, sino tam- bién las prácticas políticas comunitarias de resistencia, que hacen que persista la lucha por la transformación social, en medio de la violencia, los despojos, el dolor y el sufrimiento. En nuestro país las brechas y asimetrías territoriales en materia de pobreza y desigualdad, hacen que la mayor vulnerabili- dad se concentre en los territorios rurales, campesinos, indígenas y costeros. Este artículo intenta hacer un análisis desde las dimen- siones de daño psicosocial y sufrimiento ético-político de tres ex- periencias de acompañamiento comunitario. La primera de las experiencias se vincula con la lucha territorial. La tenencia de la tierra en Costa Rica, se trata de un conflicto que no sólo está vigente sino también, que se reviste de múltiples violencias contra los territorios campesinos y pueblos indígenas. En este caso particular, se trata de la lucha campesina por tierra para trabajar y vivir, frente a un contexto transfronterizo de expansión del agronegocio que despoja de forma acelerada a las 1 Producto de este esfuerzo se ha conformado el Colectivo Subjetividades y Rebeldías, conformado por Ignacio Dobles Oropeza, María Andrea Araya Carvajal, Helga Arroyo Araya, Dylana Rodríguez Muñoz y Patricia Velázquez Prada. Se busca la creación de un espacio de acción teórica-política, para reflexionar sobre los impactos del neoliberalismo en las subjetividades y las posibles resistencias. - 148 - familias campesinas, convirtiéndolas en mano de obra explotada de los monocultivos principalmente de la piña y de la naranja. La experiencia de la comunidad El Triunfo en Los Chiles de Alajuela, es una de las recuperaciones de tierra más grande que se han dado en los últimos 10 años en Costa Rica y un ejemplo de cómo operan las violencias estructurales sobre los territorios pero también, de cómo desde los mismos territorios se generan procesos organizativos para la resistencia. Ésta experiencia fue abordada, a partir de un proceso investigativo interdisciplinario (Sociología y Psicología), en el marco de un Trabajo Final de Gra- duación, mediante la sistematización del proceso de lucha por la tierra que llevaron a cabo aproximadamente 160 familias entre el 2011 y 2016 y que sigue viva (HERNÁNDEZ y RODRÍGUEZ, 2016). Por su parte, la segunda experiencia refiere a los proce- sos de resistencia de dos comunidades en la lucha por la protec- ción del recurso hídrico. Estos resultados surgen de una investi- gación de la carrera de Psicología en la Sede de Occidente de la Universidad de Costa Rica, durante los años 2016-2018 que tenían como objetivo incidir en la recuperación de la memoria histórica y colectiva de dos movimientos comunitarios por la administración y protección del recurso hídrico en Playa Potrero en Guanacaste y la lucha por la protección de El Chayote de Naranjo, en Alajuela. El proceso implicó la revisión bibliográfica, la familiari- zación con las comunidades, la etapa de entrevistas y el desarrollo de actividades conjuntas con las comunidades en el marco de las luchas y sus conmemoraciones. La tercera experiencia se sitúa en el territorio indígena Bribri del cantón de Talamanca, de la provincia de Limón. En Cos- ta Rica, el 2.4% de la población se define como indígena (INEC, 2011), constituyéndose el territorio indígena Bribri, en uno de los pueblos originarios más numerosos de nuestro país. En el 2014 la problemática de suicidio en población jo- ven en Talamanca fue declarada de emergencia cantonal. Cómo respuesta a esta declaratoria, la Escuela de Psicología de la Univer- sidad de Costa Rica, realizó entre el período de 2015 y 2017 una investigación para entendender el impacto psicosocial del suicidio en el tejido comunitario (ARROYO y HERRERA, 2019). - 149 - Acerca de las categorías de sufrimiento ético-político y daño psicosocial Entender la relación entre daño psicosocial y sufrimiento ético político, como dimensiones de la dialéctica de exclusión-in- clusión, plantea la importancia de discutir los impactos del capita- lismo neoliberal en las poblaciones con mayor vulnerabilización, cómo son los pueblos con un vínculo profundo con la tierra. Martins (1997) afirma que esta relación dialéctica en- tre exclusión-inclusión, se concibe como una manifestación de las contracciones del sistémicas, en el cual operan lógicas perversas y desiguales, donde la inclusión vinculada a una posibilidad de con- sumo, no es más que una ilusión del aparataje capitalista que hace creer que se está incluido subjetivamente, cuando en realidad se está excluido (citado por PARDINI, 2014). Sumado a lo anterior, Guattari y Rolnik (2006, p. 46), pro- ponen que “los individuos son el resultado de una producción en masa [y] la subjetividad está esencialmente fabricada y moldeada en el registro de lo social”. Así, el sistema capitalista crea un sujeto que se coloca socialmente como un consumidor. Esta subjetividad está constantemente circulando por los diversos grupos sociales existentes, los cuales la asumen y la viven desde sus particulari- dades. Estos autores plantean dos extremos desde los cuales las personas pueden vivir esa subjetividad: “una relación de aliena- ción y opresión, en la cual el individuo se somete a la subjetividad tal como la recibe, o una relación de expresión y de creación, en la cual el individuo se reapropia de los componentes de la subjetivi- dad, produciendo un proceso que llamaríamos de singularización” (p. 48). Marcuser (1993), en el Hombre Unidimensional, ya había referido con claridad al primero de estos fenómenos, llamándolo servidumbre voluntaria, entendida como la expresión absoluta de alienación, en que el ser humano se somete a lógicas de domina- ción a través del consumo, creyendo que es libre subjetivamente para poder decidir. Sawaia (2014, p. 109), retoma a Foucault, para afirmar que la inclusión es un proceso dialéctico de la exclusión: “la in- clusión social es el proceso de disciplinarización de los excluidos, por lo tanto, es un proceso de control social y mantenimiento del - 150 - orden en la desigualdad social”. Desde esta concepción, la autora plantea que la inclusión pierde su ingenuidad y es vista como un instrumento de perfeccionamiento del sistema capitalista para perpetuar el orden social, manteniendo la desigualdad como su eje central de funcionamiento. Estas formas de vida estructuradas desde la desigualdad, producen transformaciones subjetivas que constituyen relaciones de “alienación, antagonismo y explotación, que son el núcleo de las relaciones de producción capitalistas, que adquieren los contor- nos, la estructura y los movimientos de esta sociedad” (SAWAIA, 2014, p. 5). Para Sawaia (2009), la relación entre las amenazas pro- venientes de la injusticia social y las afectivas, produce un proceso psicológico que ella denomina sufrimiento ético-político, qué es un dolor profundo que genera sentimientos de deshumanización: “es el sufrimiento que surge de la situación de ser tratado como inferior, subalterno, sin valor, apéndice e inútil de la sociedad” (SA- WAIA, 1999, p. 56). Para la autora, la desigualdad social provoca miseria y deshumanización: La desigualdad social se caracteriza por la amenaza perma- nente a la existencia. Ella cercena la experiencia, la movilidad, la voluntad e impone diferentes formas de humillación. Ese agotamiento permanente produce un intenso sufrimiento, una tristeza que se cristaliza en un estado de pasión crónica en la vida cotidiana, que se reproduce en el cuerpo memorioso de generación en generación. Bloquea el poder del cuerpo de afec- tar y ser afectado, rompiendo los nexos entre mente y cuerpo, entre las funciones psicológicas superiores y la sociedad (SA- WAIA, 2009, p. 370). Esto afecta las relaciones y la vida cotidiana y puede ge- nerar traumas psicosociales. El concepto de trauma psicosocial fue propuesto por Martín Baró (1990, p. 78) para entender el daño producido en las relaciones cuando “(a) La herida ha sido produci- da socialmente, es decir, que sus raíces no se encuentran en el indi- viduo, sino en la sociedad y (b) que su misma naturaleza se alimen- ta y se mantiene en la relación entre el individuo y la sociedad”. El autor refiere que el trauma psicosocial es la cristaliza- ción del sufrimiento las personas con relaciones dañadas (MARTÍN - 151 - BARÓ, 1990). Al respecto Dobles (2016), retomando a Martín Baró, enfatiza el carácter dialéctico e histórico del trauma psicosocial, siendo un daño que ha rebasado todas las defensas produciendo afectaciones subjetivas- Lo que en términos de Simões (2014, p. 11) es “un conjunto de síntomas psicosociales que se generan en un colectivo a partir de un proceso histórico caracterizado por in- tensa violencia política”. Dobles y Rodríguez (2019) sintetizan las siguientes cla- ves para realizar acercamientos prácticos y conceptuales al tema del daño psicosocial: » Se trata de eventos intensos que desbordan las capaci- dades de defensa. » Presentan un daño duradero. » La herida relacional provoca efectos en la psiquis indi- vidual. » Se distingue entre afectación y daño, precisando entre intensidad y temporalidad, en la que el daño tiene un efecto relativamente permanente. » El daño se puede internalizar provocando sentimientos de humillación, miseria, culpa y deshumanización. » Algunas dimensiones de daño: el miedo, la angustia, la incertidumbre, el sufrimiento ético-político, el fatalismo, la paralización, la violencia, la inseguridad generalizada, las rupturas en la cotidianidad y la alteración en el tejido social en lo material y lo simbólico. » Algunos indicadores de daño: la falta de confianza, la inseguridad identitaria, la imposibilidad de elaborar me- morias, el aislamiento, la fragmentación, las enfermeda- des psicosomáticas, daños corporales, el despojo de lo identitario, la sumisión, entre otros. Esta breve discusión conceptual entre la dialéctica de exclusión/inclusión, el sufrimiento ético-político, el trauma psi- cosocial y el daño psicosocial, nos llevan a cuestionarnos cómo se construyen procesos políticos de resistencia comunitaria que potencien lo colectivo, en medio de escenarios de despojo, deshu- manización y desigualdad, lo cual profundizaremos en el siguiente apartado. - 152 - Procesos comunitarios de lucha y resistencia La lucha campesina por tierra: la experiencia de El Triunfo2 En la década de los ochenta en un escenario de profunda crisis económica en Costa Rica, el sector campesino se vio fuerte- mente afectado debido a las transformaciones estructurales de la economía, y los procesos de territorialización y desterritorializa- ción (LLAGUNO, CERDAS e AGUILAR, 2014). Durante esa época, se gestaron múltiples tomas de tierra por todo el país, ante la puesta en marcha de políticas estatales financiadas por la Agencia Inter- nacional para el Desarrollo (AID). Esta situación de transformación de las condiciones para el sector campesino queda evidenciada a través de las políticas estatales de las instituciones que deben velar por el bienestar de este sector, correspondiendo a la esencia misma del modelo de desarrollo colonial y capitalista que convierte a las culturas, a las personas y a los bienes comunes, en monedas de cambio mercan- tilizables y desechables. Frente a ese contexto de despojo nacional y regional es que tiene lugar el caso que compartiremos respecto a la lucha por la tierra. ¡Queremos tierra, queremos trabajar! La investigación de Hernández y Rodríguez (2016), siste- matiza el proceso de lucha por la tierra en la comunidad El Triunfo en Los Chiles de Alajuela -comunidad transfronteriza entre Costa Rica y Nicaragua-, en el cual un grupo de familias campesinas nica- ragüenses y costarricenses, realizaron un proceso de recuperación de tierra en una finca de aproximadamente 360 hectáreas, perte- neciente a empresarios holandeses y que era arrendada en ese mo- mento, por un productor local de granos básicos (maíz, frijoles) y tubérculos (yuca, ñampí). Ese proceso de recuperación inició antes de la toma pro- piamente, pues implicó una organización previa que nació como iniciativa de un par de campesinos y se extendió a muchas familias que como ellos, tenían el mismo problema: falta de tierra. “El reco- nocimiento por parte de este grupo de familias en su condición de 2 Video corto que retrata la memoria y las cotidianidades de la comunidad: https://www.youtube. com/watch?v= CHaT8CQivLQ. - 153 - ser campesinas y campesinos sin tierra, y de la falta de respuesta estatal ante sus demandas es lo que conllevó a la primera etapa organizativa, como una forma de encontrar soluciones colectivas a sus necesidades” (HERNÁNDEZ y RODRÍGUEZ, 2016, p. 126). En caravana y con sacos cargados de esperanza y digni- dad, el 08 de abril del 2011 ingresaron a la finca, dando inicio la lucha por la tierra en que se enmarca la constitución de esta comu- nidad, y en la que, gracias a la presión de la organización, el Insti- tuto de Desarrollo Rural (INDER) debió intervenir (HERNÁNDEZ e RODRÍGUEZ, 2016). Fueron seis desalojos violentos los que estas familias enfrentaron, los cuales implicaron agresión física con ar- mas de fuego y gases lacrimógenos contra las personas recuperan- tes, destrucción de cultivos y champas, contaminación de pozos de agua y amenazas de muerte. Todo ello, orquestado entre institu- ciones estatales e intereses privados, incluso, estos desalojos fina- lizan con la publicación de un audio en el que un Subteniente de la Fuerza Pública, instruye a oficiales de seguridad privada ― contra- tados por el arrendatario ―, para que disparen directamente a la cabeza de las personas campesinas. Luego de evidenciar que la violencia era ejercida desde las estructuras de poder y tras fuertes medidas de presión por par- te de las familias recuperantes, el Estado asumió (a medias) el caso e inició un proceso de expropiación para la dotación de tierras, que también fue violento pues mediante el proceso de selección de “familias clasificables a una parcela”, se transgredió la vida de las mujeres, se cuestionó su ser campesinas, se solicitaban requisitos absurdos como por ejemplo, facturas de compras agrícolas de ha- cía 10 años, solo por mencionar algunos. Esto hizo que incluso mu- chas familias, ante la desesperación y la incertidumbre decidieran abandonar su lucha y muriera la esperanza, es decir, se sumieran en aquello que Sawaia (1999), ha identificado como sufrimiento ético-político, que no solo pasa por un sentido económico de exclu- sión social sino de deslegitimación. A partir del proceso investigativo, se puede analizar esta experiencia desde dos formas de violencias, por un lado, las que se reproducen a través de la institucionalidad y por otro lado, las violencias manifiestas que agreden y reprimen directamente a los cuerpos, eso último a partir de una construcción del “otro” - 154 - que justifica la violencia: el terrorista, el invasor. Como argumenta Martín-Baró (1990), el deshumanizar al otro, convirtiéndolo en el enemigo, no es otra cosa que la manera en que un grupo justifica el uso de la violencia represiva hacia quién considera amenaza para sus intereses. Este proceso de recuperación de tierras se inscribe en una conflictividad territorial, cuya disputa se da entre dos modelos de desarrollo rural opuestos (producción campesina-agronego- cio), al mismo tiempo, que es llevada a cabo por sujetos políticos (recuperadores), que desde la organización y los espacios colecti- vos, reivindican los derechos frente a las violencias. Las múltiples violencias implican en esos sujetos, ras- gos de lo que hemos posicionado como daño psicosocial, ya que elementos como el miedo, la incertidumbre, la inseguridad y las alteraciones de los tejidos sociales materiales y simbólicos, están presentes en esta experiencia. Sumado a lo anterior, Dobles y Ro- dríguez (2019) señalan que el daño psicosocial debe compren- derse en términos de las relaciones sociales, aunque atraviese lo individual. Playa Potrero y El Chayote: comunidades que luchan por el agua Desde la década de los setenta, en América Latina se ha tenido claridad de la importancia de que todas las personas tengan acceso al agua, potable para consumo humano, al ser este un ele- mento esencial para la vida humana (BECERRA, 2006). No obstan- te, la región no ha logrado asegurar que este recurso sea tratado como un derecho de los pueblos, por el contrario, hacia finales del siglo XX y durante el XXI, cada vez se trata al agua más como una mercancía, siendo codiciada por empresas transnacionales. Esta situación presenta al recurso hídrico como un privi- legio, y no como un derecho, por lo que desde el modelo neoliberal se exacerba la explotación de fuentes de agua para su uso lucrativo y privado (SPRONK, CRESPO y OLIVERA, 2012). Los estados na- cionales de la región han respaldado la privatización del recurso atentando contra la vida de las personas y los pueblos en general, y en particular de comunidades vulnerabilidades como lo son las zonas costeras, los pueblos indígenas, y zonas de desposesión y pobreza (PEÑA, 2005). - 155 - En ese contexto, las luchas de pueblos y comunidades para defender el derecho al agua han sido formas de oponerse a la explotación del recurso y también una forma de deslegitimación del modelo neoliberal (SPRONK, CRESPO y OLIVERA, 2012; PEÑA, 2005). Estas luchas han tenido logros, aunque lamentablemente aún no han sido suficientes para generar una transformación que garantice el agua para todos y todas (UNESCO, 2019). A continuación, se presentará la experiencia entre el 2016 y 2017 de dos comunidades costarricenses que se han orga- nizado para luchar por el derecho al agua: Playa Potrero en Santa Cruz de Guanacaste (Pacífico Norte), y El Chayote, en la comunidad de Naranjo, ubicado en el Valle Central, región de Occidente. El contexto comunitario En el cantón de Naranjo, en la provincia de Alajuela, se encuentra una zona protegida denominada El Chayote. En el 2010, ante amenazas de cambiar el uso de tierras de esta zona, se creó una Comisión para la Defensa de la Zona Protectora EL Chayote, generándose manifestaciones populares para evitar poner el ries- go los ocho ríos que allí nacen y que abastecen a varios cantones de la región de occidente. Tras años de resistencia se logró proteger la zona sin embargo, actualmente el agua está en peligro por un proyecto privado que promueve la creación de una embotelladora. El caso de Playa Potrero se relaciona con el boom turísti- co que ha vivido la provincia de Guanacaste desde hace aproxima- damente cuatro décadas. En el año 2014, el Instituto Costarricense de Acueductos y Alcantarillados (AYA), que hasta el momento ha- bía dado respuestas nulas a las denuncias de los malos manejos del agua de las empresas hoteleras transnacionales, por parte de entidades y colectivos comunales, decidió despojar a la comuni- dad del acueducto comunitario (ASADA), que administraban desde 1991. Ante esta situación y las amenazas de empresas turísticas de extraer agua sin permisos y de manera desmedida, la comunidad se organizó para defender el acueducto. Los dos casos expuestos son ejemplos de estrategias po- lítico-económicas que vulnerabilizan más a poblaciones que ya tienen condiciones de exclusión social. Al respecto Butler (2014, - 156 - p. 48) señala que la vulnerabilidad tiene implicaciones entre las cuales se encuentra la comprensión de “quiénes somos […] como seres que intentamos persistir, entendiendo que esa persistencia puede y está en peligro cuando las estructuras sociales, económi- cas y políticas nos explotan o nos malogran”. Es decir, vulnerar a personas que ya viven en condiciones de exclusión, les atraviesa en su percepción de sí mismos, ubicándoles ante sí y ante los otros como sujetos sin valor, de los cuáles se puede prescindir. Poner el cuerpo ante el despojo Segato (2016) indica que operan tres patrones de violen- cia que han sido utilizados para crear ambientes de miedo e inse- guridad de la población, que finalmente lo que buscan es el control del territorio (y, se podría agregar, de los cuerpos). Estos son: a) la ejecución de atrocidades de una forma tal que se tornan de públi- co conocimiento; b) la destrucción de todo lo que sea socialmente significativo, de los hitos de la historia y de la cultura, por medio de la remoción de sus huellas físicas, y de las edificaciones religio- sas y de los monumentos históricos que permitan la reclamación territorial; y c) la deshonra por medio de la violación sistemática y el abuso. En los casos que nos competen, se podría decir que, esos a quienes las personas entrevistadas perciben como entes exter- nos a la comunidad que vienen a quitarles lo propio, han utilizado el segundo patrón mencionado por Segato para lograr controlar territorios. Lo han hecho de diversas maneras (uso de la fuerza policial, arrebatamiento de organizaciones comunales, encarcela- miento de personas manifestantes, etc.) y utilizando diversas tra- mas discursivas (el desarrollo, el progreso, la competencia institu- cional, etc.). Sumado a ello, se puede decir que el hecho de intentar despojarles del agua, es una forma de violencia que indiscutible- mente atraviesa la vida y los cuerpos de quienes viven allí, y aun- que no llega a la violación sistemática y masiva que menciona la autora, sí se puede hablar de una violación contra los cuerpos: se les quita el agua, el derecho a la organización comunitaria, el de- recho a la disidencia, se les coarta la autonomía, los derechos y la - 157 - libertad de las personas y las comunidades. Se les quiere arrebatar la tierra y el agua. Y eso significa matarles. En relación con lo anterior, Sawaia (2014, p. 9) menciona que la dialéctica de la exclusión/inclusión generan subjetividades las cuáles “no pueden ser explicadas únicamente por la determi- nación económica, sino que ellas determinan y son determinadas por formas diferenciadas de legitimación social e individual, y se manifiestan en la vida cotidiana como identidad, sociabilidad, afec- tividad, conciencia e inconsciencia”. En la experiencia de vida de las personas de las comuni- dades en que se trabajó, hay una clara percepción de los procesos de exclusión, los cuáles generan estrategias de resistencia. Ante este panorama, se pudo advertir en las entrevistas, que las perso- nas resisten a partir de sus emociones, las cuales les vinculan con los territorios, y frente a las amenazas de despojo del agua (como parte del territorio) y a su relación con ella (de identidad y de ne- cesidad) están en disposición de poner el cuerpo para resistir. Entonces, se puede decir, que estas luchas se generan desde los cuerpos: las personas hacen presencia, alzan la voz, mar- chan, cantan, hacen vigilias, entre otros. Por lo cual se retoma el término “poner el cuerpo” de Sutton (2007), como una agencia po- lítica de resistencia que implica tanto estar presente en un espa- cio específico, como un involucramiento con una causa social por la cual se asumen riesgos concretos (etiquetas, despidos, heridas, torturas o incluso, la muerte). La lucha se genera entonces a partir de la conciencia de lo común, de la defensa de lo que pertenece a toda la comunidad y no solo a unos cuantos, que además vienen de “afuera”: Vecina: Yo pienso, verdad, es mi opinión, muchísima gente de la que hace construcciones dentro del desarrollo, pueden cons- truir en cualquier momento y pueden dejar de construir e irse a construir a otro lado que son puros socios y esos socios tie- nen su buen dinero para invertir pero, ¿y la gente de la comu- nidad qué?, nuestros niños, nuestros adultos mayores, los que vienen desde hace muchos años manteniendo su origen dentro de ellas, entonces eso es lo que me hace estar posiblemente en este lugar (Entrevista M, Potrero, 2016). - 158 - Según esa percepción, se encontró que se concibe como un logro de la organización comunitaria, y su lucha por el agua la posibilidad de proteger los bienes comunes, pensando en gene- raciones futuras y en generaciones que han vivido en las comuni- dades desde hace muchas décadas. Es decir, el agua se vuelve un símbolo del bien común y la lucha por este recurso se convierte en una estrategia de resistencia colectiva ante un sistema de deshu- manización y despojo. De la exclusión al grito: Talamanca resiste “Los Bribris nacemos en la oscuridad, pero crecemos en la luz” Historias de Resistencia Bribri El nombre del cantón de Talamanca tiene impresa las memorias del despojo: “Sólo Santiago de Talamanca, fundada en 1605 a orillas del río Sixaola logró permanecer cinco años, pero fue finalmente destruida por una rebelión de la población local. De Santiago lo único que quedó fue el nombre Talamanca” (GUEVARA y CHACÓN, 1992, p. 31). Al igual que la tierra a la que pertenece, el nombre del territorio indígena Bribri es nombre impuesto. El sonido a los oí- dos españoles no correspondió a la palabra: Bribri parece haberse derivado de “bibliwak”, que es la referencia a tener clan (GUEVA- RA y CHACÓN, 1992). Se cree que su nombre verdadero es “dëri” qué significa fuerte, valiente, pueblo de espíritu guerrero (BOZA, 2014). Como una extraña ironía, este territorio indígena de es- píritu guerrero, que nunca pudo ser conquistado por los españo- les, habita en una permanente exclusión material y simbólica (AR- ROYO, 2019). Talamanca, el segundo cantón más grande de Costa Rica, es el de los mayores índices de incidencia de pobreza y el de los menores índices de desarrollo humano y desarrollo social (INEC 2011; MIDEPLAN 2017). Aunado a este contexto de exclusión, en el 2014, se re- gistraron en Costa Rica 302 muertes por suicidio. Específicamente en el cantón de Talamanca, en este año se reportaron 47 intentos de suicidio, de los cuales 11 fueron consumados (CCSS; OJI, 2014). Tanto en los casos de intento, como de suicidio consumado la afec- - 159 - tación predominante estaba en el territorio indígena Bribri (AR- ROYO y HERRERA, 2019). Según datos del INEC (2011), la población del cantón de Talamanca representa sólo el 0,66% de la población del país, por tanto, una incidencia de 11 suicidios consumados en proporción a la estadística nacional, suponía datos alarmantes. En setiembre del 2014, la Municipalidad de Talamanca, mediante acuerdo del Con- cejo, declara la problemática de suicidio de emergencia cantonal (ARROYO, 2019). En este marco, la Escuela de Psicología de la Universidad de Costa Rica realiza entre los años 2015 y 2017 la investigación- -acción, desarrollada por Arroyo y Herrera (2019), sobre el aná- lisis psicosocial del suicidio en población joven indígena Bribri. Esta investigación partió de un enfoque psicosocial del suicidio que, aunque reconoce los determinantes individuales de este con- tinuum autodestructivo, enfatiza su análisis en los componentes estructurales, históricos y culturales que condicionan las subjetivi- dades e intersubjetividades. El vínculo con la tierra y la historia de despojos El vínculo con la tierra en los Bribris es elemento fundan- te, que sostiene el sentido en la existencia: “En esta visión de mun- do la relación del ser humano con la tierra se entiende como uno solo, es decir, ser humano es ser parte de la naturaleza y viceversa, ambos se encuentran en el mismo nivel, de modo que si se afecta la tierra, efectivamente existirán efectos sobre la persona misma” (MORALES, 2009, p. 12). En la Cosmovisión indígena Bribri, la pre- servación del equilibrio entre todo lo existente es el atributo cen- tral de su razón de ser. Según Arroyo (2019) la memoria histórica no oficial del territorio indígena Bribri da cuenta de su lucha permanente por la defensa de la tierra. Para entender este fenómeno Rojas (2009) establece tres períodos en la historia indígena Bribri, donde ha prevalecido la resistencia a los intentos de violencia, colonización, dominación y destrucción de lo común: » 1500 hasta la segunda mitad del siglo XIX: intentos de colonización española. » Segunda mitad del siglo XIX hasta la primera mitad del - 160 - siglo XX: la llegada de la United Fruit Company (UFCO) ejerciendo una nueva forma de dominación a través del capital. » 1950 a la fecha: El Estado a través de la imposición de políticas y formas culturales occidentales, que intenta aniquilar la diferencia, homogenizando y occidentalizan- do los saberes (ARROYO y HERRERA, 2017). En estas violaciones se pone de manifiesto la desapari- ción de la persona jurídica, ya que hasta la década de los noventa, las personas indígenas no eran consideradas ciudadanas costarri- censes (HILJE, 2014; ARROYO y HERRERA, 2019). A esto se suma, que la imposición de la educación occidental trae con ella la prohi- bición de hablar el idioma Bribri, lo que cercena la transmisión simbólica cultural más importante para ser sujetos sociales. Estos recursos de dominación y control, evidencia lo que Arendt (1968) denominó el aniquilamiento de la persona jurídica como vía para el despojo de toda la humanidad que hay en ella (ARROYO, 2019). A estos períodos de violencia sistemática se suma uno con un carácter totalmente diferente: el de la globalización y el ace- leramiento de los procesos de aculturación y debilitamiento de la identidad cultural indígena Bribri. Arroyo y Herrera (2019, p. 18) señalan que “en este sentido, la ausencia de fronteras y barreras, y así como la dinamización de lo global a través de mecanismos tecnológicos, crea procesos de tensión, ruptura y desterritoriali- zación, que pueden devenir en formas de transculturación y acul- turación”. El sufrimiento ético-político y el daño psicosocial que se responde con la muerte Cuando las personas habitan contextos de exclusión y violencia social, materializan en sus cuerpos y en sus relaciones el sufrimiento que generan estos entornos. Se trata de una ruptura psíquica y relacional, violenta y súbita, que encuentra una manifes- tación extrema cuando emerge de la desigualdad. Sawaia (2018), afirma que el sufrimiento ético-político en grupos étnicos violentados, puede dar lugar a la muerte, porque provoca una nostalgia, un profundo sufrimiento por la cultura que - 161 - es arrebatada y aniquilada. En este sentido no resulta difícil situar las dimensiones de sufrimiento ético-político presentes en el contexto del territorio indígena: » Procesos de violencia sistemática e histórica. » Altos indicadores de exclusión y desigualdad social » Debilitamiento cultural. » Proceso de aculturación dinamizados en la actuali- dad por tiempos acelerado que contradicen la visión del tiempo Bribri. » Paralización de la acción comunitaria ante el dolor y el sufrimiento » Destrucción de lo común » Trauma psicosocial El pasaje al acto de darse muerte, constituye en este es- cenario de sufrimiento la expresión más profunda de deshuma- nización. Los resultados de la investigación de Arroyo y Herrera (2019, p. 19) revelaron que los factores incidentes del suicidio en el territorio indígena Bribri están vinculados con un trauma psico- social, resultado de un proceso intenso, histórico y sistemático de violencia política, social, cultural y económica: “encontramos que, en el caso del territorio indígena Bribri, el sufrimiento generado por estas prácticas violentas se ha transformado en autodestruc- ción y en el pasaje al acto suicida”. Los autores concluyen que en el territorio indígena Bri- bri el suicidio es la materialización de la muerte social y cultural previa (ARROYO y HERRERA, 2019), donde la violencia cobra en la actualidad dimensiones mucho más destructivas, que se constru- yen a partir de relaciones de desigualdad. Estos procesos sistemáticos de despojos, trajeron consi- go la fractura de la unidad del sujeto Bribri, que desde la Cosmovi- sión es la comunidad y no el individuo. Se produce un rebasamien- to de las defensas, con efecto relativamente permanente, que se traduce en sentimientos de humillación, miseria, culpa y deshuma- nización (DOBLES y RODRÍGUEZ, 2019). De esta forma se crea un abismo enorme, un hueco que amenaza con desaparecer al sujeto. Se trata de un mecanismo del capitalismo neoliberal donde la muerte se instaura como instru- - 162 - mento de dominación político, tal como lo señala Chul Han (2017, p. 10) “la violencia del otro no es lo único que resulta destructivo. La expulsión de lo distinto pone en marcha un proceso destructivo totalmente diferente: la autodestrucción” Sin embargo, a pesar de estos resultados no tan esperan- zadores, la recuperación de esta memoria de dolor y la significa- ción del trauma psicosocial, posibilitó que en medio de la exclu- sión, se construyeran acciones comunitarias de incidencia política y de resistencia. Se reconocen tres hitos en el proceso desde el 2014 a la fecha: 1. La conformación de una instancia local articuladora entre lo institucional y comunitaria que posibilitó la firma de un decreto ejecutivo -hoy de acatamiento obligatorio para todo el país- dónde se sientan las responsabilidades de cada actor social y en el pro- ceso de prevención, intervención y posvención del suicidio. 2. La creación de un programa de clínica comunitaria llamado Casitas de Escucha, con un abordaje que reconoce el vínculo como factor de protección por excelencia ante el suicidio y el fortalecimiento de lo cultural como la vía de resistencia (ARROYO y HERRERA, 2019). 3. La construcción de iniciativas comunitarias de resistencia que buscaban la recuperación de los saberes ancestrales y la construc- ción de puentes entre las personas Mayores (quienes resguardan el conocimiento) y las personas jóvenes. Estas acciones lograron que en el 2018 se redujeran los índices de intentos y suicidios consumados a la mitad, lo que le valió al cantón el premio nacional al Mejoramiento de la Calidad de Vida, por el reconocimiento a la acción colectiva comunitaria en la prevención del suicidio. Reflexiones finales: resistir para vivir La organización y la defensa de lo común, constituyen ac- ciones grupales de resistencia a las imposiciones del modelo eco- nómico que apuesta por el individualismo, la opresión y el despojo (HERNÁNDEZ y RODRÍGUEZ, 2016). La recuperación de las me- morias colectivas, la visibilización del sufrimiento y los procesos de defensa de lo común, constituyen fuerzas esperanzadoras y de resistencia. Es necesario retomar el tema de lo común y lo colectivo - 163 - como un elemento fundamental para comprender las luchas comu- nitarias, así como otros movimientos de resistencia y organización social, En esta línea se retoma lo que lo que Castro (1993) deno- mina la “conciencia colectiva”. Para esta autora, una comunidad tiene como base que las personas estructuren una conciencia de ser parte de ella, lo cual posibilita que se pueda generar cohesión y fuerza. Lo anterior también se puede entender como “sentido de comunidad”, que se refiere “a las circunstancias de vida comparti- das” (MONTERO, 2004, p. 100). Dentro de este marco, se resalta esa concepción del su- jeto colectivo que posibilita la desterritorialización, reterritoriali- zación y la defensa por lo común. Por ello, la recuperación de la tierra, las luchas por el agua y las resistencias ante las violencias colonizadoras, aún con las secuelas dolorosas que deja frente a un contexto violento, opresor y de despojo, implica una forma de de- safiar las formas institucionalizadas del poder coercitivo. Los daños a los diversos territorios denotan relaciones de dominación propias de una estructura de poder que a través de políticas socioeconómicas, excluyen a los sectores campesinos, indígenas y costeros en virtud del modelo extractivista, pero la re- sistencia por parte de las comunidades, aún bajo condiciones de vulnerabilización, da cuenta de la dignidad que se construye desde la defensa colectiva de la vida y del territorio. “No hay nada más subversivo que el Nosotros” Libro de los saberes Referencias ARAYA, Maria y ARROYO, Helga. Programa. Transformaciones so- ciales y subjetividades: una aproximación psicopolítica a procesos de resistencia comunitaria. Manuscrito inédito. 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